segunda-feira, 31 de outubro de 2011

18# A resposta tarda mas não falha! - Respostas da tia Veru 2


Ok, eu confesso, tinha me esquecido de responder a isso aqui! XD Sem mais delongas, aí vão as respostas às perguntinhas que vocês me fizeram:

1.   "Aí tem tanta notícia de violência quanto aqui?"

R: Veja bem, estamos no Japão, que é outro país, e não outro planeta. Apesar de serem japoneses, os habitantes desde pequeno país insular ainda são humanos (salvo alguns robôs e personagens de animes), portanto não diferem muito dos exemplares que temos no Brasil. Sendo assim, obviamente que aqui há tantos crimes quanto aí, mas acredito eu que em escala bem mais reduzida, por N motivos que não vêm ao caso agora especular... Quanto ao noticiário, eles mostram os crimes que ocorrem aqui sim, e eu já reparei que ao contrário das notícias superficiais que vemos nos noticiários brasileiros, aqui eles são capazes de ficar UM PROGRAMA INTEIRO falando praticamente do mesmo assunto. Tão divertido.... -_- zzz
Como eu não tenho saco para os noticiários nem daí e nem daqui (muito menos dos daqui), creio que só posso informar isso.

2. "Dá para andar de madrugada pelas ruas sem sentir que pode morrer na próxima esquina? T__T"

R: Sim, dá, a sensação de segurança daqui é infinitamente maior do que a daí (até porque a daí é nula, neah.) Claro que uma vez carioca, sempre carioca, então não vou dizer que eu ando tranquilona porque já estou programada a ficar com as antenas ligadas, aliás, acho que é melhor nem desprogramar, senão posso ter sérios problemas no dia em que eu voltar para a Cidade Maravilhosa. Outra coisa é que apesar de mais seguro, não é 100% seguro, como certamente nenhum canto do mundo deve ser. Eu fico mais atenta mesmo é nas estações de trem, aqui não tem quase assaltante, mas tem os doidos de plantão que nunca se sabe quando podem te empurrar nos trilhos, ou te atacar com um guarda-chuva. É sério.

3. "Como reconhecer uma esquina perigosa no Japão?"

R: Acho que não tem como reconhecer isso, até porque eu mesma nunca vi uma esquina assim, perigoooosa no Japão... não é que nem no Brasil que se você errar uma rua vai parar no meio da favela. Se bem que na minha primeira viagem ao Japão, quando eu não sabia de nada direito, fui andando com minha mãe e meus tios pelas ruas sem ermo, e de repente notamos ao nosso redor umas mulheres muito maquiadas, com roupas estranhas, paradas em frente à portas abertas de casas escuras... acho que fomos parar no meio de uma zona, hehehe XD Mas normalmente as ruas aqui são seguras, e é tudo muito igual, para falar a verdade. Uma coisa que talvez assuste aos marinheiros de primeira viagem é que as ruas aqui são muito escuras, muito mal iluminadas. Ainda bem que são seguras, definitivamente ruas escuras assim no Brasil não iam prestar, infelizmente.

4. "E o transporte público, é só pra iniciados?"

R: Hahaha, se você olhar o mapa da malha ferroviária de Tokyo (só de Tokyo), com certeza vai achar que precisa de Ph.D. para tomar um trem! Mas não chega a tanto, na realidade aqui tem linha para qualquer lugar que você queira ir, é muito prático. No início é meio complicado sim, mas com o tempo a gente se acostuma. Claro que saber ler em japonês é uma mão na roda, mas mesmo quem não lê consegue se virar, pois há placas em nosso alfabeto, e até para comprar os bilhetes na máquina há a opção de fazer tudo em inglês. Já os ônibus... esses são meio chatinhos, pois muitas vezes há mais de um ônibus com o mesmo número, porém que vai para um destino diferente, muito esquisito isso. Mas como eu disse antes, os trens vão para tudo quanto é lugar, eu mesma quase não tomo ônibus aqui, o que acho ótimo, pois além de um pouco confusos, são super apertados (aqui é tudo compacto, né...).

5. "Como um estrangeiro começa a se virar aí?"

R: Cara... se virando! Depende de como a criatura veio parar aqui, se sabe alguma coisa da língua ou nada, mas se sabe inglês já ajuda (apesar de eles não falarem quase nada de inglês). Uma coisa é certa: morrer no Japão por falta de comunicação ninguém vai! Eles até que se esforçam para se comunicarem, e são muito prestativos. ^^

6. "E os japoneses, falam inglês?"

R: Eu meio que já respondi isso na questão de cima... Claro que sempre tem alguém que fale, afinal inglês não é klingon, mas é surpreendente como são poucos os que falam bem! A maioria arranha algo, mas arranha tão arranhado que quase não se entende nada! =P Sério mesmo, o inglês deles não é ruim não, é péssimo! Chega a ser engraçado algumas vezes, mas quando você está tomado pelo espírito do Seu Saraiva, a coisa fica tensa! =/ Olhem só esse vídeo aqui de um japonês tentando falar algo simples como "work" para o iphone4s dele... XD Só com essa pequena amostra dá para sentir o "drama"...
Mas isso eu acho que é algo cultural, alguém (certamente um alguém muito do imbecil, com perdão do palavreado) resolveu *achar* que dava para escrever inglês com as letras japonesas, os katakana. Acontece que os japoneses não têm em seu alfabeto todos os sons do inglês. O que eles resolveram fazer então? Adaptaram! Aí você vê aberrações como o título de "Senhor dos Anéis" (em inglês "The Lord of The Rings"), que escrito em katakana fica assim: "roodo obu za ringu" (ロード・オブ・ザ・リング). Oi? =P Isso também rende pano prá manga (manga, não mangá, otakinhos queridos!), falarei disso mais para a frente.

7. "As plaquinhas são só em japonês?"

R: Nem todas, algumas têm sua leitura em alfabeto romano (o nosso), outras têm o significado em inglês, e às vezes até em coreano e chinês, como é o caso dos nomes das estações. Em cidades com grande concentração de brasileiros é possível até encontrar placas em português, tipo "não estacione aqui". XD

8. "Os hostels no Japão são legais?"

R: Acredito que sim, pelo o que ouvi de pessoas que se hospedaram em alguns... Eu mesma nunca estive em um, então fico devendo essa informação por mim mesma, gomen né! XD (me desculpe!)

9. "Os caixas automáticos são seguros?"

R: Sim, são, tem gente que retira dinheiro até de noite. E nos bancos não há aquela porta giratória com detector de metais em que nós *sempre* ficamos presos, mesmo quando não temos nada de metal no bolso. Nada me tira da cabeça que são aqueles guardinhas sem nada para fazer que apertam a trava daquilo... ¬¬ Mas acredito que o detector de metais deva existir sim, nunca reparei... XD

10. "Onde se come barato no japão?"

R: Existem muitos estabelecimentos baratos, especialmente os de macarrão japonês estilo miojo (ou primo dele). Essas lojas estão por toda parte, muitas vezes dentro das estações, inclusive nas plataformas (sim, nas plataformas de embarque!!). Uma característica dessas lojas é que o cliente come em pé, com o prato no balcão, pois não há lugar para sentar (!). Outros restaurantes também baratos, e com um lugarzinho ao menos para sentar, são os que vendem o "gyudon", um pote de arroz com carne por cima. Pode-se chamar esse estilo de "fast food" nipônico, mas bem mais saudáveis que os fast food americanos, claro. Os 3 mais populares são os da rede Sukiya, Matsuya e Yoshinoya. Em 2010 abriu uma filial do Sukiya (meu preferido) lá na Liberdade, em São Paulo. Mas acho que o preço do Sukiya brasileiro não está tãão barato quanto o japonês.
Subindo um pouco mais o preço, porém ainda dentro da faixa do "em conta", também há os restaurantes conhecidos como "family restaurant", muito populares aqui. Alguns deles inclusive ficam abertos 24h, muito legal. Achei nesse site aqui um textinho sobre os family restaurants, só que em inglês.
E acho que como última opção há os "bentôs", as marmitas japonesas que são vendidas em muitos lugares, especialmente nas lojas de conveniência. Como os japoneses trabalham MUITO, a maioria não tem disposição para cozinhar, então uma alternativa é comprar esses pratos prontos, que costumam ser baratos.


11. "E as escolas, têm aqueles eventos legais que a gente assiste direto em animes? Tipo evento de esporte, de comida..."

R: Sim, tem sim. Olha, muito do que se vê em animes é a mais pura verdade, eles retratam bem o cotidiano japonês, isso eu acho super legal. Eu vou falar um pouco sobre isso em um post futuro, pois volta e meia tem um evento desses na escola do meu filhote. Os eventos esportivos são bem interessantes, mas caaaansam demais, pois duram o dia inteiro.


Bem, galera, espero ter esclarecido a vocês algumas de suas dúvidas cruéis sobre a Terra do Sol Nascente. Sintam-se a vontade para perguntar mais, ou aqui nos comentários, ou quando eu postar o "você pergunta, tia Veru responde (ou não) 3", dentro de alguns dias. =)


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

17# Yakusoku nado iranai! 約束などいらない!

Não, eu não estou xingando você. ¬¬ (sempre tem aquele engraçadinho que responde "é a mãe!") No post anterior eu falei sobre "promessas", e a palavra correspondente a "promessa" em japonês é "yakusoku" (約束). Aproveitando o gancho, é sobre isso que eu quero falar hoje!
Sempre que eu escuto essa palavra em japonês eu acabo me lembrando de uma musica veeeelha, de um anime chamado "Escaflowne". A música se chama "Yakusoku wa iranai" (eu não preciso de promessas), e em um dos trechos da música a cantora diz "yakusoku nado iranai" (eu não preciso de algo como uma promessa). É algo engraçado que me ocorre às vezes, palavras que viram links para músicas e/ou outras lembranças... Bem, com todo esse papo de "pagar promessas" eu acabei me lembrando dessa música, então não poderia deixar de citá-la neste tópico! ^_^

Mas não é nem sobre Escaflowne e nem sobre essa música especificamente que eu quero falar hoje, e sim de um costume muito peculiar que existe entre os japoneses, especialmente entre as crianças: a de fazer uma promessa.

Como assim, fazer promessas é costume?!? Bem, do mesmo jeito que alguns brasileiros costumam falar "eu juro por não-sei-que-lá", cruzam os dedos e até beijam eles 2 vezes, os japoneses têm a sua maneira de prometer alguma coisa. No caso deles, para garantir que essa promessa não será quebrada, eles fazem um "ritual" mais ou menos assim:

* As duas (ou mais) pessoas a fazerem a promessa cruzam seus dedos mindinhos, como na ilustração ao lado.
* Enquanto seus dedos estão cruzados, elas cantam uma "singela" canção para selar esse juramento.
* A canção é a seguinte: "Yubikiri genman, uso tsuitara hari senbon nomasu. Yubi kitta!" 「♪ 指切りげんまん。嘘ついたら 針千本 飲~ます。 指切った!」, e a tradução é essa coisa fofa aqui: "Promessa do dedo mindinho: se você mentir, te farei engolir mil agulhas e cortarei o seu dedo". Que *ótemo*, neah? E eu que achava que "a cuca vem pegar" era musiquinha de terror, o que dizer disso?!? =P

Falando em musiquinha de terror, vocês podem ouvir AQUI como é cantarolado o yubikiri genman. Isso me lembra tanto Fatal Frame 3... Tinha uma canção que dava muito medo, a Sleeping Pristess... mesmo sendo em inglês, a "essência" nipônica permaneceu nela, e depois que eu joguei esse jogo, toda e qualquer cantiga japonesa me dá medo! Aliás, depois desse jogo casas antigas à noite também me dão medo. E templos xintoístas também. XD

Mas voltando ao assunto, como metade dos leitores deste blog (ou seja, dos 6 leitores, 3) são estudantes de japonês, segue aí o vocabulário de yubikiri genman:

VOCABULÁRIO:

指 yubi - dedo
切り kiri - cortar, corte
拳 gen - fala-se 'guen', e sozinho esse kanji tem a leitura de “kobushi “, que significa punho (supostamente preparado para acertar alguém)
万 man - 10.000
嘘ついたら uso (fala-se 'ussô') tsuitara - se (você) mentir
針 hari - agulha
千本 senbon - 1.000 peças (de agulhas). Objetos longos e finos são contados com 本 (hon/bon/pon). É, japonês tem dessas frescuras (ou pesadelo, se você for estudante saberá o que eu estou dizendo!)...
吞ます(ou 飲ます) nomasu - fazer alguém engolir (alguma coisa)
指切った yubi kitta - dedo cortado (ou "cortou o dedo")

Em alguns casos as pessoas simplesmente enroscam seus dedos mindinhos e falam "yakusoku nee!" / "yakusoku desu!", sem cantar a musiquinha, pois como é algo conhecido isso já fica implícito no gesto. Certamente quem assiste anime já deve ter visto isso, pois sempre aparece uma cena assim, de personagens fazendo uma promessa com seus dedinhos. Se você não entendia o que era, agora já sabe!

Reza a lenda que até entre os yakuzas rola algo relacionado a esse "yubikiri". Se um yakuza trai os outros, ou larga essa vida de mafioso, ele tem seu dedo mindinho cortado de verdade... medo! O.O"

Por falar em medo, nas minhas buscas por material para melhor falar sobre o yubikiri genman, acabei descobrindo que existe uma versão em inglês dessa "promessa do dedo mindinho", o "pinky swear", cuja letra é páreo duro para a versão nipônica, acho até que consegue ser mais macabra ainda, vejam só: "Make a promise / Hope to die / Stick a needle in your eye". Tecla SAP meia-boca: "Faça uma promessa / Deseje morrer / Espete uma agulha no seu olho". Espero sinceramente que ninguém leia isso durante a noite, não quero ser responsável por pesadelos alheios.... (pior que eu estou escrevendo isso de noite, argh! >.<) Apesar de a canção parecer tétrica após ser analizada profundamente (precisa mesmo??), acho que ninguém realmente liga para a "gravidade" da coisa, assim como muita gente no Brasil nunca deve ter se tocado do teor de nossas cantigas de roda e de ninar. Eu particularmente acho todas péssimas, umas incitam o medo na criança (vide a já citada Cuca vem pegar e Boi da Cara Preta), outras são deprê (Fui no Tororó e O anel que tu me destes), e outras desconfio seriamente que surgiram na época da ditadura, dado a "delicadeza" das letras (Marcha soldado e Pai Franscisco entrou na roda). Na falta de cantigas decentes, acabei criando versões alternativas para o meu filho! Mas mesmo que ninguém realmente acredite que, caso não cumpra com a promessa, o outro vai cortar seu dedo fora e fazê-lo engolir MIL agulhas (isso se você não for um yakuza, claro), dar a sua palavra deveria ser algo levado a sério. Em outras épocas, inclusive, tratados e pactos eram firmados através de juramentos, guerreiros davam suas palavras, e a palavra de um homem representava a honra dele. Pequena observação - abre parênteses: Isso me lembra a trilogia "As Crônicas de Arthur", de Bernard Cornwell. Claro que isso não tem nada a ver com "yubikiri genman", a história se passa na Europa, em plena Idade Média, mas nessa obra é possível ver como era importante essa coisa de dar a palavra, e mantê-la, o que é mais difícil. Super recomendo a leitura! Fecha parênteses.

Porém, nos dias de hoje, as pessoas ligam cada vez menos para as promessas que fazem. Uma promessa séria, quando feita a alguém, é algo que tem valor. Mas quando ela não é mantida, magoa a quem foi feita a promessa, e abala a confiança existente entre essas pessoas.

Em outras palavras, acho que se você não tem a certeza de que pode cumprir com o prometido, é melhor não prometer nada! Mas se prometer.... que não seja para um japonês, pois vai que ele é da Yakuza?? (zoa!! XD)

E para terminar, um vídeo fofo de duas criancinhas fazendo o Yubikiri genman. Quem olha assim e não entende bulhufas de japonês até acha cativante a musiquinha, não? XD

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

16# A Pagadora de Promessas

Nem sei como começar este post, me sinto que nem aquela pessoa que disse "até amanhã!", mas acaba sumindo, não dá notícias há séculos, e quando finalmente aparece, vem com a cara mais lavada do mundo e diz, toda sorridente: "Oi! E aí? Beleza? ^^"... Pois é, infelizmente só há 2 alternativas aqui, ou fazer isso que eu acabo de dizer, ou sumir de vez... E como eu não tenho planos de abandonar meu blog, por mais displicente que eu seja, o jeito é passar óleo de peroba na cara e seguir em frente! No início do ano eu prometi para mim mesma (e para alguns amigos também) escrever mais vezes aqui, no mínimo 1 vez por mês, porém não foi possível escrever como eu pretendia... Mas ainda bem que o ano tem 12 meses, neah?? XD (aquela que tá tentando melhorar a sua situação, que não é das melhores...) Afinal, como diz o ditado, antes tarde do que nunca! E quando eu dou a minha palavra, mesmo que eu não tenha dito nada a ninguém, eu cumpro. (Mas não me peçam um prazo para isso, aí é querer demais da minha pessoa!)

Juro que não foi por falta de querer que eu não escrevi nada nesse interím... Como eu já disse antes aqui, falta de tempo e organização do mesmo são problemas constantes na minha vida (podem chamar de teoria da conspiração, mas eu seriamente desconfio de que os dias andam mais curtos, não é possivel, quando eu era criança o tempo demoraaaava a passar! >.<). Mas talvez por ser perseverante (ou cabeça-dura, ainda não sei bem qual dos dois...), eu vou tentar DE NOVO cumprir essa minha promessa de ano-novo, e escrever mais vezes nesse humilde Blog sobre o Japão. Assunto sobre o Tsunami e o terremoto é o que não falta nas mídias comuns, por isso não pretendo ficar falando só disso. Mas SE algum dos meus seis leitores insistir para eu escrever sobre esse tema eu escrevo! XD De qualquer maneira sempre haverá oportunidade de se falar dessa tragédia, afinal o trabalho de reconstrução do país continua. Com certeza volta e meia falarei disso. Fora o tema tsunami, nesse meio tempo (5 meses desde a última postagem), muitas coisas rolaram: o verão chegou e já está indo embora (isso me lembra que eu tenho que terminar o post sobre as quatro estações, disfarça... O.o); comecei um emprego novo, já saí dele e voltei para o velho (aff); apareci da tv (sim, de novo, eu tenho que falar sobre isso também em algum momento! XD); e até conheci, no Brazilian Day de Tóquio, a Banda BLITZ (aquela de "Estou a Dois Passos do Paraíso), coisa que definitivamente eu TENHO que contar!!! (O que? Você não sabe quem são os caras?? Ah, pára de ler meu blog e vai ler fofocas sobre o Justin Bieber, vai! =P) Tratarei de comentar aqui sobre isso tudo, e no menor espaço de tempo possível. Mas é isso, esse post de hoje é só para avisar que "I'll be back", como diria o T-800 (que o meu filho tanto ama!). Amanhã tem post novo (eu disse amanhã??? Devo estar louca de fazer mais promessas, argh!! >.<); por isso, meus queridos 6 leitores (incluindo mamãe, que faz parte desses 6! XD), podem aguardar ansiosos, pois promessa é dívida! E dívida vocês sabem, né: devo, não pago, nego enquanto puder! (brincadeirinha, brincadeirinha!!!) E como diriam os japoneses: Yakusoku neee! (Isso é promessa!)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

15# E 1 mês se passou...

Japão, dia 11 de março de 2011, 2:46 da tarde. Uma data e uma hora que ainda hão de ficar por muito tempo na memória não só dos japoneses mas de muitos tantos estrangeiros que estavam no país nesse fatídico dia, principalmente daqueles que sentiram na pele os acontecimentos extraordinários que tiveram início exatamente aos 46 minutos das 14 horas. O Grande Terremoto de Tohoku (nordeste), seguido de uma tsunami devastadora que vitimou milhares de pessoas, e de uma crise nuclear ainda sem solução definitiva não é novidade nenhuma a essa altura do campeonato, porém, em se tratando de um blog sobre o Japão, eu não poderia me isentar de falar sobre o tema, até porque sei que os que acompanham este humilde blog aguardam minhas linhas sobre a tragédia do ano há 1 mês. E em 1 mês muitas coisas acontecem. Peço perdão primeiramente por não ter postado absolutamente nada no blog desde então. Como desculpa (porque eu SEMPRE tenho que ter uma desculpa, acho que está no meu DNA tupiniquim) tenho a meu favor a: falta de tempo - imaginem que eu tive que manter constantemente informada MUITA gente querida no Brasil, além de manter informada a mim mesma com os noticiários sobre a situação da usina nuclear; a falta de equilíbrio psicológico para tal, pois não é todo dia que você tem o *privilégio* de ver a história ser escrita na frente dos seus olhos e você estar tipo ali no meio assistindo de camarote =/; e por último a falta de tempo de novo XD, pois nesse interím eu tratei de me esconder no sul por 2 semanas, aproveitei para passear e espairecer a mente (tava precisando!), e agora que estou de volta comecei um trabalho novo que me mantém beem ocupada. Mas eu pretendo ainda comentar sobre isso tudo, mais adiante.

E depois de 1 mês, o que ainda resta para dizer? Bem, eu não sou repórter e nem tenho como ir lá para o norte para trazer minhas impressões 'in loco'. As notícias eu deixo para os meios de comunicação. Mas o que eu posso dizer é como foi essa experiência para MIM, o que eu vi nas ruas, o que eu senti e o que eu ainda sinto, pois passou-se um mês mas o problema ainda persiste. Hoje mesmo, estranhamente no 'aniversário' da tragédia tivemos um grande número de abalos sísmicos, alguns bem fortes até, cujo epicentro foi na mesma área do grande terremoto de 11 de março. Quando o primeiro (e mais forte deles) veio eu estava com meu filho na sorveteria, quando percebi o tremor e "saí pra fora", literalmente! Fui para a o estacionamento a céu aberto do supermercado ao lado da sorveteria, e notei que muitos outros japas foram também. Ninguém com cara de pânico ou falando alto sobre o terremoto, simplesmente estavam lá, mexendo alguns em seus celulares, esperando o tremor passar assim como quem espera um ônibus chegar. Depois que passou as pessoas se dispersaram e eu fui fazer minhas compras. Já o sorvete acabou 'dançando', para infelicidade do meu filhote...

Mas esse tremor de hoje nem foi muito forte não, tampouco o do mês passado eu senti tão forte assim, apesar de ter sido o mais forte que já senti (deste falarei melhor no próximo post). É um pouco complicado explicar a sensação de um terremoto, o chão treme de um lado para o outro, acho que como se fosse uma atração de um parque de diversões aonde o chão é instável e não aquela coisa imóvel ao qual estamos acostumados, quase como se isso fosse uma verdade inexorável. E é exatamente porque o "chão imóvel" parece uma verdade inexorável é que nos sentimos perdidos quando percebemos que não, ele não é! Literamente nos sentimos "sem chão", e isso não tem a intenção de ser um trocadilho infame. Eu me sinto como se estivesse numa caixa e um gigante resolvesse brincar de sacudir a caixa comigo lá dentro. Ainda bem que até hoje o meu "gigante" tem sido bonzinho e sacudido só um pouquinho a caixa, porque nem quero imaginar o que seria o "chacoalhão" que as pessoas do norte do Japão sentiram no mês passado... Por isso, graaaças a Deus, eu vou ficar devendo essa no blog.

Então como vocês podem ver, não é porque o espaço dedicado ao assunto diminuiu no noticiário que as coisas já estão resolvidas. Temos ainda uma longa estrada pela frente. E quando eu digo "temos", apesar de não ser japonesa eu me incluo sim nesse grupo, afinal eu vivo aqui, sou cidadã do Japão agora e na medida do possível pretendo fazer o que tiver ao meu alcance para ajudar a esse país que me acolheu e me é tão querido a se reerguer. E sinceramente? Que diferença faz não ser japonês para ajudar, ou no minímo se importar? As pessoas gostam muito de separ tudo em grupos e rotular, mas acho que o problema no Japão é de todos nós, pois independentemente do país em que se esteja, no final das contas somos tripulantes de um mesmo barco chamado Terra. O que me deixa feliz é ver a mobilização mundial de solidariedade ao Japão, como poucas vezes visto antes. (Isso até me lembra o final da HQ/filme "Watchmen"... mas sobre isso não vou me estender não senão vira spoiller pra quem não leu/viu!)

Enfim, acho que eu tenho muito o que falar, por isso falarei a prestação. Fico por aqui hoje, mas me esforçarei para escrever em breve um pouco mais.

É isso, aguardem e confiem! E para aqueles que tem fé em seus corações, não custa nada ter um espacinho dedicado em suas orações para o Japão! =) Como ficou mundialmente conhecido o movimento na internet, deixo aqui o meu pedido para vocês de #PrayForJapan!

p.s: entre um post e outro sobre o terremoto e afins pretendo ter posts sobre outros assuntos, senão aí mesmo é que o Feijão com Sushi e Tango vai virar o Repórter Esso Nipônico!

p.s.2: A árvore da foto do topo é um pinheiro solitário, que sobreviveu ao tsunami que devastou tudo a sua volta, incluindo a floresta com outros pinheiros. Ele acabou tornando-se um símbolo de esperança, que com suas fortes raízes conseguiu manter-se de pé e não deixar ser vencido pela força das águas do maremoto. Lindo, não? ^^

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

14# Você pergunta e tia Veru responde! (ou não...) - 2


Ano-novo, post novo... frase veeelha! =/ Me desculpem, mas é que não tiiiinha como resistir, é que nem aquela piada tosca do pavê ("é pá vê ou pá comê?" Dããã! ¬¬), ou pior, quando alguém "cai" no msn e você manda aquela "pergunta de ouro": "doeu?" XD
Pois então, deixando a embromation de lado, gostaria de estreiar 2011 aqui no blog com mais um festival de perguntas (idiotas) e respostas (cretinas), e para isso conto com vocêêê, querido leitor!! =D Põe Tico e Teco pra brigar aí e me manda umas perguntinhas básicas sobre o Japão que você sempre quis saber mas nunca teve a quem perguntar! Quando chegar a um número suficiente delas eu posto as respostas! =)

Até mais!